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    GLUTAMATO MONOSSÓDICO (MSG) O QUE É?


    O glutamato monossódico (MSG - monosodium glutamate) é o sal do ácido glutâmico, um dos aminoácidos não essenciais mais abundantes que ocorrem na natureza, que é encontrado naturalmente em alimentos como tomate, cogumelos, a uva, a batata, a ervilha e alguns tipos de queijo, como o parmesão e o roquefort.

    A não ser que você tenha sensibilidade ou alergia ao glutamato monossódico, você não deve evitar o consumo destes alimentos naturais, já que eles vão oferecer outros nutrientes importantes para a sua saúde. Se você se preocupa com o consumo do glutamato monossódico, o melhor é diminuir o consumo dos alimentos industrializados.

    A presença do glutamato monossódico em alimentos processados é muito grande, pois este aditivo é responsável por realçar e melhorar o sabor dos alimentos, principalmente em produtos enlatados, sopas instantâneas, miojo e carnes processadas. Isso é necessário porque os alimentos industrializados muitas vezes perdem o seu sabor original, já que, ao serem processados, eles perdem importantes nutrientes e muitas substâncias que dão o seu sabor característico. É por isso que a maioria dos produtos que compramos contêm a adição de glutamato monossódico e, mesmo sem saber, consumimos diariamente este aditivo.

    Aproximadamente 95% do glutamato proveniente da dieta é metabolizado no intestino originando compostos como a glutationa, arginina e prolina. Nas células da mucosa intestinal o ácido glutâmico é parcialmente transformando em alanina, enquanto no fígado é convertido à glicose e lactato.

    O MSG é utilizado em alimentos com o objetivo de proporcionar o gosto umami, também chamado de quinto gosto básico. É classificado na legislação brasileira como realçador de sabor, também conhecido como INS-621, código que corresponde à identificação no Sistema Numérico Internacional de Aditivos Alimentares, elaborado pelo Comitê do Codex Numérico Internacional de Aditivos Alimentares, pertencente ao Comitê do Codex Alimentarius. A apresentação comercial do MSG é composta de cristais brancos de extensa solubilidade em água e limitada dispersão em alimentos gordurosos.

    Glutamato monossódico faz mal?
    Segundo a FDA (Administração de Drogas e Alimentos dos EUA - Food and Drug Administration) a maioria das pessoas ingere cerca de 0,55 gramas de glutamato adicional em sua dieta diária, portanto, a adição dessa substância aos alimentos é, “de maneira geral, reconhecida como segura”. Como quase tudo nessa vida, se ingerido em moderação, glutamato monossódico não faz mal. O glutamato monossódico (MSG) foi classificado como um ingrediente seguro (GRAS – Generally Recognized as Safe) pelo FDA e não possui IDA (Ingestão Diária Aceitável) especificada pelo JECFA (Joint Expert Committee on Food Additives).
    No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) regulamenta o MSG com a função de realçador de sabor em alimentos e permite seu uso em quantidades suficientes para que se obtenham os efeitos desejáveis, podendo ser empregado em molhos, carnes, caldos de carne e sopas, dentre uma grande diversidade de alimentos. O uso em produtos cárneos, possivelmente a classe de alimentos onde é utilizado em maior volume, é regulamentado pela Portaria nº 1.004, de 11 de dezembro de 1998, que permite seu uso na maioria dos derivados cárneos e não impõe limites para as concentrações utilizadas.

    O MSG é uma das substâncias alimentares mais testados com relação à sua segurança. Após receber a designação de GRAS, sua segurança foi reconfirmada em uma revisão periódica publicada na década de 90.  Portanto o consumo de MSG é seguro se utilizado em quantidades moderadas.
    Alguns estudos publicados nos últimos 40 anos relatam essa segurança:
    Um estudo foi desenvolvido na Indonésia com a participação de 52 voluntários saudáveis. Por um período de 3 dias, previamente ao almoço, estes voluntários ingeriram cápsulas contendo de 1,5 a 3,0g de MSG ou ainda um placebo contendo apenas lactose. Posteriormente, os participantes deveriam relatar a ocorrência de sintomas, como dor de cabeça e náuseas. Os resultados sugeriram que o consumo de MSG não promoveu os indesejáveis sintomas relatados da síndrome por não apresentarem diferenças significativas entre as respostas.
    Outro estudo realizado em ratos verificou a possível associação entre o consumo deste aditivo com o desenvolvimento ou agravamento da asma. A administração por via oral de MSG, não exerceu nenhum efeito sobre a situação induzida, seja no desenvolvimento ou na ocorrência de uma resposta aguda.
    Em outro campo de verificação, pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) conduziram uma avaliação subcrônica em ratos alimentados com MSG em diversas concentrações e em diferentes grupos. Após um período de 70 dias, foram induzidos ao diabetes e continuaram sendo alimentados com a substância. Segundo os autores, a decisão de aplicar esse modelo foi para tornar o animal mais suscetível aos efeitos de substâncias químicas. O raciocínio foi usar o sistema biológico para fazer experimentos mais apurados e detectar os efeitos pela exposição ao glutamato. Ao final, eles foram avaliados quanto a parâmetros bioquímicos, hematológicos e histológicos, para saber se o MSG estaria atingindo as células e as enzimas do seu metabolismo. Não foram achados efeitos adversos associados a esse consumo. “Podemos dizer que a exposição à substância não provoca danos ao organismo animal e, por extrapolação, nem ao humano, pois algumas doses utilizadas foram maiores que o consumo usual como aditivo na dieta”, sugerem os autores.

    Alguns autores relataram ainda que o MSG pode estar relacionado ao desenvolvimento de doenças crônicas como obesidade, diabetes, transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, autismo, epilepsia, além de ser tóxico a vários órgãos. Um estudo avaliando a administração de MSG via subcutânea em ratos recém-nascidos demonstrou o surgimento de lesões no núcleo hipotalâmico. No entanto, as doses utilizadas para esses estudos são muito maiores do que as ingeridas pela dieta. Dessa forma, avaliações sobre possíveis efeitos tóxico do MSG têm demonstrado que nas concentrações como é habitualmente consumido, este aditivo não representa perigo aos consumidores.

    Michele M Reginatto - Nutricionista Estética Funcional​
    (54) 2621-3433
    @nutrimichemreginatto

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