BENEFÍCIOS FUNCIONAIS DO SUCO DE UVA
O consumo de suco de uva no
Brasil aumentou significativamente nos últimos anos, passando de 0,15 L per
capita, em 1995, para 0,54 L, em 2005. Dependendo do processo de obtenção, o
suco de uva pode ser classificado como suco de uva concentrado, reprocessado ou
reconstituído, desidratado, integral e adoçado.
O suco integral
é obtido da uva (Vitis vinifera) por
meio de processos tecnológicos adequados, sem a adição de açúcares e na sua
constituição natural apresenta o melhor equilíbrio entre os atributos doçura,
amargor e adstringência, propriedades sensoriais relacionadas à presença de
compostos fenólicos. Fique atento para o rótulo, que deve indicar que o suco é
realmente integral e deve ser tinto, tendo cor roxa bem escura.
Com relação aos benefícios nutricionais, um copo de
suco de uva integral tem mais ou menos 140 kcal. Já um copo de suco light de
caixinha pode apresentar apenas 70 kcal. Se você fizer essa comparação, o de
caixa engorda menos, porém, seus aditivos químicos e conservantes geram
inflamação e intoxicam as células, o que faz o metabolismo ficar mais lento e
ajuda a ganhar gordura. Os benefícios do suco de uva integral e seus produtos
são evidentes, dada a presença de açúcares, minerais e compostos secundários
das uvas como antocianinas e compostos fenólicos que possuem ação
anticarcinogênica, antiviral e antioxidante. Apresenta efeitos como manutenção
da função endotelial, aumento da capacidade antioxidante e proteção contra
oxidação do LDL (colesterol ruim). Em 2004, a American Dietetic Association, em
seu documento sobre alimentos funcionais, considerou o vinho tinto e o suco de
uva como bebidas com evidências “moderadas a fortes” na prevenção da agregação
plaquetária em ensaios in vitro, in vivo e em estudos epidemiológicos.
O suco de uva integral apresenta os mesmos benefícios
do vinho tinto, sem o malefício de ser uma bebida alcoólica. Malacrida e Motta
(2005 e 2006) realizaram um estudo no qual investigaram os teores de
antocianinas e fenólicos totais em sucos. As autoras encontraram teores de compostos
fenólicos nos sucos de uva comercializados no Brasil semelhantes aos do vinho
tinto, com diferenças significativas entre marcas e tipos de suco.
Segundo a American Dietetic Association, recomenda-se
a ingestão de 250 a 500ml de suco de uva integral ao dia. Pode ser utilizado
como uma opção pós-treino para repor o glicogênio gasto pelo fígado durante o
treino, sozinho no intervalo das refeições ou fazer parte de alguma preparação
culinária.
Michele M Reginatto - Nutricionista Estética Funcional
(54) 2621-3433
https://www.facebook.com/nutrimicheMReginatto/?pnref=lhc
@nutrimichemreginatto
FONTE:
AMERICAN
DIETETIC ASSOCIATION – ADA. Position of the American Dietetic Association:
Functional Foods. Journal of the
American Dietetic Association, v. 104, n. 1, p. 814-826, 2004
BRASIL.
Portaria nº 55, de 27 de julho de 2004. Normas
referentes à complementação dos padrões de identidade e qualidade do vinho e
dos derivados da uva e do vinho. Disponível em:<http://www.agricultura.gov.br/legislacao>
. Acesso em: 15 mar 2016.
EMBRAPA.
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Atuação do Brasil no mercado vitivinícula mundial. Disponível em :
http://www. cnpuv.embrapa.br/publica/artigos. Acesso em: mar. 2016.
GIADA,
M. L. de R.; MANCINI-FILHO, J. Avaliação da atividade antioxidante in vitro de
compostos fenólicos de alimentos. Nutrire,
v. 28, n. 7, p. 91-107, 2004.
MALACRIDA,
C. R.; MOTTA, S. Compostos fenólicos totais e antocianinas em suco de uva. Ciência e Tecnologia de
Alimentos, v. 25, n. 4, p. 659-664, 2005.
O’BYRNE,
D. J. et al. Comparison of the antioxidant effects of concord grape juice
flavonoids and α-tocopherol on markers of oxidative stress in healthy adults. American Journal of Clinical Nutrition,
n. 76, n. 6, p. 1367-1374, 2002.
PIMENTEL,
C. V. M. B.; FRANCKI, V. M.; GOLLÜCKE, A. P. B. Substâncias bioativas em alimentos funcionais. São
Paulo: Varela, 2005.
PONTES,
P. R. B.; SANTIAGO, S. S.; SZABO, T. N.; TOLEDO, L. P.; GOLLUCKE, A. P. B.
Atributos sensoriais e aceitação de sucos de uva comerciais. Ciência e Tecnologia de Alimentos,
Campinas, v. 30, n. 2, p. 313-318, 2010.